O papilomavírus humano (HPV), a Infecção Sexualmente Transmissível (IST) mais comum no Brasil, acomete mulheres e homens e, a depender da carga e do tipo do vírus, a doença pode evoluir para um câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva e ânus.
Embora existam muitos tipos de HPV, as infecções geralmente desaparecem após o tratamento. No entanto, o câncer cervical é a doença mais comum relacionada ao vírus, ou seja, quase todos os casos desse tumor podem ser atribuídos à infecção por HPV.
Abaixo, saiba como é feito o tratamento da doença antes de evoluir para um câncer, caso isso aconteça.
Tipos de HPV que evoluem para o câncer
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), existem 13 tipos de HPV oncogênicos, ou seja, com um risco elevado de provocar lesões precursoras do câncer. Entre eles, os responsáveis por cerca de 70% dos tumores ginecológicos são o HPV-16 e o HPV-18.
Embora a maioria das infecções por HPV desapareçam com tratamento, há um risco para todas as mulheres de que a infecção se torne crônica e as lesões pré-cancerosas progridam para câncer ginecológico invasivo.
Existem fatores de risco que colaboram para o desenvolvimento do câncer, a partir da infecção por HPV.
São eles:
- A oncogenicidade do tipo do vírus;
- Estado imunológico da paciente;
- Infecção com outros agentes sexualmente transmissíveis;
- Tabagismo.
Rastreio de lesões pré-cancerígenas
O rastreio de cânceres ginecológicos, a partir de infecção por HPV, envolve o teste de lesões precursoras e cancerígenas, sendo feito, inclusive, entre mulheres que não apresentam sinais suspeitos. Vale ressaltar que, em alguns casos, a infecção por HPV não apresenta sintomas, fazendo com que a doença seja diagnosticada em estágio avançado.
Como as lesões pré-cancerosas levam muitos anos para se desenvolver, o rastreamento é recomendado para todas as mulheres a partir dos 30 anos. É importante ressaltar que, para as mulheres que vivem com HIV e são sexualmente ativas, o rastreamento deve ser feito o quanto antes, assim que souberem de seu status sorológico. Isso porque, caso a infecção por HPV seja diagnosticada em fases iniciais, as possibilidades de tratamento são maiores.
Prevenção e tratamento do HPV
A vacinação contra o HPV é o método mais eficaz para combater a infecção pelo vírus. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), existem duas vacinas profiláticas contra HPV aprovadas e registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Vale ressaltar que a vacina bivalente confere proteção contra os principais tipos oncogênicos de HPV.
A depender do local e da gravidade das lesões, inclusive as pré-cancerígenas, o tratamento do HPV pode demandar e realização de procedimentos cirúrgicos no colo do útero para evitar que as lesões continuem progredindo e cheguem ao estágio maligno.
Dra. Rayane Cardoso
A Dra. Rayane Cardoso é graduada em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB). Fez residência em Cirurgia Geral no Hospital Regional da Asa Norte e em Cirurgia Oncológica no Hospital Araújo Jorge e também é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). A médica atua na prevenção, no diagnóstico e tratamento de tumores ginecológicos.
